25 de outubro de 2012

A Dialética entre a Linguagem e a Cognição

 

     Talvez a escola atual necessite (re) pensar a sua prática pedagógica para construí-la voltada para o sujeito, considerando-o como um ser heterogêneo, com necessidades individuais. No entanto, a escola atualmente ainda está centrada nos conteúdos e em sua transmissão, bem como, na formação técnica em detrimento da formação humana.
     Em face disto, esta pesquisa, de cunho teórico, tem por objetivo analisar como o fenômeno da afetividade vem a interferir no processo de construção do conhecimento do sujeito, bem como, discutir a relevância da relação eu-outro no processo de promoção da aprendizagem em sala de aula, a partir da teoria Walloniana, de base sócio-histórica. Também pode contribuir para pensar em uma proposta pedagógica que considera o sujeito participativo e constitutivo na relação com o outro, em determinado contexto.
     A teoria walloniana, denominada Psicogênese da Pessoa Completa, defende a evolução psíquica, destacando o desenvolvimento emocional, social e cultural do sujeito através da reciprocidade que esse estabelece com o meio social e humano. No que diz respeito ao contexto da sala de aula, essa relação que cada pessoa estabelecerá com o meio não é fator suficiente para explicar a resolução da falta de interesse dos alunos no processo de aprendizagem, mas é fator necessário e relevante. Repesar esta relação, nesse contexto, implica em estruturar uma proposta pedagógica que atenda às necessidades do sujeito na sua complexidade.
     Refletindo ainda sobre esse fato, trataremos de reflexões baseada em estudos do pesquisador Leite (2006) sobre a importância da relação dos fenômenos afetividade-cognição nos processos educacionais.
     É possível perceber que, no Brasil, apenas a partir da década de 90, houve uma nova releitura no paradigma educacional que centrava a promoção da aprendizagem no fator cognitivo, passando a considerar que só esse fator não era suficiente para que aconteça a aprendizagem. Assim, passaram a considerar que o fenômeno afeto-cognição participa dialeticamente desse processo, tornando-o mais significativo.
Mesmo que na década de 90, o fenômeno afeto já tinha sido visto por alguns pesquisadores (e.g. ALMEIDA, 1997; DANTAS, 1999; OLIVEIRA, 1993 citado em LEITE, 2006), como um fator importante no processo educacional e nas práticas pedagógicas, na atualidade, os paradigmas ainda se mostram centrado na cognição.
     Por isso uma das propostas desse artigo é sensibilizar o quanto é importante para a promoção de a aprendizagem obter um referencial educacional voltado para a pessoa e para a relação eu-outro a partir da teoria de Wallon. Outra importância desse artigo é despertar para o fato de como o fenômeno afetividade pode ajudar no processo de promoção de aprendizagem.
 

Sugestão de projeto para trabalhar a Identidade na Educação Infantil

 

Projeto Identidade para Educação Infantil  (Profª Andréia da Silva Corrêa)

Justificativa:
Trabalhar a identidade das crianças é uma ótima maneira de iniciar as atividades pedagógicas. Ajuda os alunos a perceber que eles tem uma história de vida, fazem parte de uma família e são parte atuante no mundo em que vivem.
Trabalhar a identidade das crianças também é importante para nós professores obter informações significativas a respeito dos nossos alunos.
Objetivo:
Criar situações que favoreção a construção da identidade das crianças, como parte do mundo, da família bem como analisar as diferenças entre eles e os colegas.
Objetivos Específicos:
Identificar os costumes de sua família e do grupo em que esta inserido;
Identificar suas preferências;
Desenvolver a imaginação e a criatividade;
Construção do eu e do outro;
Estimular o hábito da leitura;
Desenvolver a coordenação motora ampla;
Desenvolver a coordenação motora fina;
Trabalhar as diferenças;
Identificar formas geométricas;
Estabelecer relação entre numeral e quantidade;
Apropriar progressivamente da imagem corporal.
Desenvolvimento:
Roda de conversa (o nome de cada um, as características, as diferenças entre as pessoas...);
Dinâmica do espelho na caixinha;
Trabalhos diversos (colorir, recortar, colar...);
Meu tamanho, minha mão, meu pé, quantos anos tenho, auto-retrato;
Brincadeiras (músicas e jogos);
Painel da família (Quem mora comigo);
Desenhos animados relacionados a família;
Culminância:
Exposição dos painéis e varal dos nomes.


Avaliação:
A avaliação é registrada diariamente no caderno da professora. Considerando a atividade proposta o desempenho do aluno e o interesse de cada um pela atividade proposta.


Sugestões de atividades:
Dinâmica do espelho na caixinha;
Auto-retrato;
Confecção de crachás;
Trabalhando a letra inicial do nome de cada um;
Hora do Conto: A aranha Filomena;
Carimbo da mão com tinta;
Medindo a altura com barbante;
 
 
Fonte: http://modificandoeducacao.blogspot.com.br/2012/05/projeto-identidade-para-educacao.html

18 de outubro de 2012

Um conhecimento em construção



     A construção da identidade e autonomia refere-se ao progressivo conhecimento que as crianças vão adquirindo de si mesmas, a auto-imagem que através deste conhecimento se vai configurando e à capacidade para utilizar recursos pessoais de que disponha a cada momento.
Na Educação Infantil, fomentar a aprendizagem e o desenvolvimento das crianças pequenas significa ajudá-las a progredir na definição da própria identidade, no conhecimento e na valorização de si mesmas.
     Procuramos, então, criar um ambiente conhecido e seguro para elas, no qual todas as pessoas são chamadas pelos nomes e pouco a pouco se tornam referências.
Consideramos que as situações educativas que a criança vive na escola e a maneira como as educadoras tratam essas atuações serão muito importantes na formação dos conceitos de si mesmas.
       Na escola, quando as crianças aprendem, por exemplo, a ordenar um joguinho, a brincar com carrinhos, estão também aprendendo muitas coisas sobre elas mesmas, que lhes permitem formar uma opinião sobre si.
    Portanto, a construção de uma auto-imagem positiva requer que, na escola, as crianças tenham experiências em situações que lhes permitam ganhar confiança em suas capacidades e que sejam vistas como crianças com possibilidades. Isso dá segurança, que é um elemento básico para atrever-se a explorar novas situações, novas experiências. É importante observar que não se trata de renunciar à exigência e ao controle, e sim, de endereçá-la a um contexto comunicativo, afetuoso e respeitoso.
   “Trata-se de combinar as metas com o alento para superá-las, a correção com o encorajamento, o reconhecimento dos limites com as possibilidades.”